A separação dos sexos no xadrez é um fenômeno relativamente recente. A literatura tem vários relatos de homens e mulheres jogando entre si, antes de 1800 (por exemplo, Shakespeare retrata, no último ato de A tempestade, Miranda jogando xadrez com Ferdinando).
Mas as mulheres freqüentemente eram barradas nos cafés e tavernas de onde desenvolveram-se os clubes de xadrez no século XIX.
Jogadoras conseguiram sobressair-se independentes do sexo masculino na metade do século. O primeiro clube de xadrez exclusivo para mulheres foi organizado nos Países Baixos em 1847.
O primeiro livro de xadrez escrito por uma mulher, "The ABC of Chess" (ou, traduzido para nossa língua, "O ABC do Xadrez", de H. I. Cooke, surgiu na Inglaterra em 1860 e teve 10 edições. O primeiro torneio feminino foi patrocinado em 1884 pela Sussex Chess Association.
As mulheres também sobressaíram-se no xadrez postal e resolução de problemas durante este período. A americana Ellen Gilbert derrotou um jogador muito forte, Georg Gossip, duas vezes em um match internacional por correspondência no ano de 1879, anunciando mate em 21 lances em uma partida e em 35 lances na outra. Edith Winter-Wood compôs mais de 2000 problemas; 700 deles apareceram em um livro publicado em 1902.
A primeira jogadora que chamou a atenção em competições no tabuleiro contra homens foi Vera Menchik (1906-44), da Grã-Bretanha. Ela venceu o campeonato Mundial feminino, organizado pela FIDE em 1927, e os seis próximos torneios femininos, de 1930 a 1939. Seus bons resultados contra homens em eventos britânicos lhe renderam convites para participar de alguns dos mais fortes torneios antes da Segunda Guerra Mundial, incluindo o de Carlsbad em 1929 e o de Moscou em 1935. Entre os mestres masculinos derrotados por ela estão o campeão mundial Max Euwe, Samuel Reshevsky, Sultan Khan, Jacques Mieses, Edgar Colle e Frederick Yates. Vera Menchik foi também uma das primeiras profissionais do xadrez.
O xadrez feminino recebeu maior incentivo quando a União Soviética confirmou o fato de que os torneios femininos eram um estímulo geral para o jogo. O campeonato de 1924 (de Leningrado) foi o primeiro torneio feminino patrocinado pelo governo.
Os torneios femininos passaram a ser grandes eventos, maiores do que quaisquer outros, masculinos ou femininos, que os tenham antecedido. Aproximadamente 5.000 mulheres participaram das preliminares do campeonato soviético de 1936, por exemplo.
O progresso e sua força destacada no jogo, renderam às soviéticas uma dominação por mais de 30 anos. Depois da morte de Menchik, as outras três campeãs - Ludmilla Rudenko, Elizaveta Bykova e Olga Rubtsova - foram russas.
Mas, com a vitória de Nona Gaprindashvill em 1962, iniciou-se uma era de supremacia para as jogadoras da Geórgia. Gaprindashvill ficou com o título por 16 anos e tornou-se a primeira mulher a ser nomeada GMI (a FIDE estabeleceu títulos separados para mulheres MI em 1950 e GMI em 1977).
Depois de Gaprindashvill, outra georgiana - Maya Chiburdanidze - conquistou o título, em 1978. As georgianas também conquistaram o direito de desafiar as campeãs de 1975, 1981 e 1988.
A dominação soviética teve fim com a derrota de Chiburdanidze para a chinesa Xie Jun, em 1991, e o aparecimento das três irmãs "Polgar": Zsuzsa, Zsofia e Judith, de Budapest, que demonstraram um talento impressionante: elas atingiram perfomances de GM por volta dos 15 anos. Também distinguiram-se por geralmente evitarem a participação em torneios exclusivamente femininos, até Zsuzsa Polgar derrotar Xie pelo Campeonato feminino em 1996.
Nos anos 90, uma série de eventos "homens x mulheres" foram organizados, diminuindo a diferença da intensidade de força de ambos.
Em 1995 uma equipe masculina composta por cinco veteranos grandes mestres, incluindo Boris Spassky e Vasily Smyslov (ambos ex-campeões mundiais), foi derrotada (26,5 - 23,5) num match contra cinco líderes do sexo feminino (entre elas Judith Polgar, 10º lugar no ranking mundial divulgado pela FIDE em 1996, a melhor colocação que uma mulher conseguiu atingir no mundo do xadrez).
Fonte: www.sabrinapink.rg3.net/
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terça-feira, 29 de julho de 2008
Mulheres no esporte, Arte e Ciência Xadrez
Postado por Jean Monteiro às 12:38
Marcadores: História, Mulheres no Xadrez
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