Cita-se freqüentemente que o primeiro curso de xadrez escolar foi implantado no país em 1967, na cidade paulista de Araraquarara, sob a responsabilidade de Taya Efremoff, uma enxadrista duplamente pioneira por ter sido a primeira mulher no Brasil a atingir a condição de Mestre Nacional e também ter sido uma “postalista” (xadrez postal) de primeira hora. Taya organizou um curso para alunos de certas classes da 3ª e 4ª séries do primeiro grau, numa escola daquele município. Como há grandes hiatos no registro de experiências no campo do xadrez escolar no Brasil, passemos para fins dos anos de 1970, no Rio de Janeiro - RJ. Lá, vamos encontrar um projeto quase suntuoso, batizado de “Cuca Legal”, que tinha como núcleo-sede o Colégio Pedro II, uma escola federal (depois de uma passagem por um pequeno clube sócioesportivo do subúrbio, o Esporte Clube Garnier), com amplas instalações em sua seção São Cristóvão. Nela, o coordenador geral do projeto, Amâncio de Carvalho, com apoio e patrocínio da Fundação Roberto Marinho, instalou uma “mega-sala” de xadrez, com mais de 60 mesas oficiais e todo o material adequado, nas quais os alunos do projeto – não apenas estudantes do Pedro II – tinham aulas de xadrez com instrutores contratados. Já em 1979, com a realização do I Torneio Cuca Legal viu-se com clareza que metas de massificação do xadrez eram factíveis até no curto prazo: o evento atraiu 190 jogadores para a categoria juvenil masculino, cerca de 20 no infantil e umas 10 meninas. Este certame foi bisado em 1980, com números ainda maiores. Naquele mesmo ano, através da filiação de jogadores ao Garnier, Amâncio conduziu jogadores formados no seu projeto a participar do Campeonato Interclubes do estado, na Classe C, alinhando 3 equipes completas, com 4 titulares e 4 reservas, em cada uma. Em 1980, já havia times do projeto competindo na Classe acima, a B. A partir de 1983, um mudança importante ocorreu no esquema do projeto com a filiação dos enxadristas à Federação por meio de uma nova agremiação: a Associação Atlética Rede Globo-AARG. Isso mesmo: os garotos revelados no Cuca Legal passaram a ser atletas oficiais compondo o “clube esportivo” da Rede Globo de Televisão. Além disso, Amâncio vinculou a esse esforço uma vasta montagem adicional, criando uma “Seleção Nacional Itinerante”, formada por jovens valores, que viajava pelo país realizando demonstrações e matches de treinamento com equipes estaduais na mesma faixa de idade. Os selecionados recebiam ajuda variada e suporte para treinar e evoluir tecnicamente. E articulou a realização de um torneio “Intercolegial” no estado do Rio de Janeiro e criou o Troféu Cuca Legal. E para coroar esse projeto grandioso, ainda realizou um concorrido evento internacional, chamado “Golden Pawn” (Peão de Ouro), na mesma cidade (Copacabana) e no ano de 1982. Os convidados a participar eram alguns dos jovens mais talentosos em idade escolar de seus países e que encontraram condições de organização quase que perfeitas; aliás, exigidas e garantidas inclusive pela imagem de qualidade geral de um dos patrocinadores, a IBM. Os dois vencedores finais foram os atuais GM Gretarsson, da Islândia, e Granda Zuniga, do Peru. No entanto, logo depois disso, todo o projeto foi encerrado. Amâncio de Carvalho transferiu sua experiência e a idéia básica do núcleo de ensino para uma escola em Niterói–RJ, naturalmente, sem dispor dos mesmos recursos.
Fonte: www.atlasesportebrasil.org.br
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
O início do Xadrez nas escolas do Brasil
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